Dados do Trabalho
Título
Acesso ao medicamento Dupilumabe no tratamento de Dermatite Atópica num sistema público de saúde estadual: análise de mundo real
Resumo
Introdução: A dermatite atópica (DA) grave afeta a qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias, com consequências físicas, emocionais e sociais. O único medicamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento da DA grave é a Ciclosporina. O objetivo deste estudo foi descrever a experiência com o uso de Dupilumabe na DA grave num sistema público de saúde estadual.
Metodologia: Estudo observacional, transversal, tendo como critério de inclusão diagnóstico confirmado de DA grave e refratários ao tratamento e/ou com evento adverso ou contraindicação ao uso de Ciclosporina. Durante os 6 primeiros meses, pacientes e/ou familiares/responsáveis são treinados a fazer a aplicação do medicamento. Após verificação de resposta, os pacientes são liberados para uso domiciliar.
Resultados: No período de janeiro de 2020 a julho de 2024, 40 pacientes iniciaram tratamento com Dupilumabe. A idade variou de 2 a 52 anos (média: 23,6 anos), sendo 21 pacientes (52,5%) do sexo feminino. 35 pacientes (87,5%) apresentaram início dos sintomas na infância. As comorbidades mais prevalentes foram Ansiedade/Depressão em 21 pacientes (52,5%), rinite alérgica em 14 pacientes (35%) e associação asma e rinite em 11 pacientes (27,5%). O tempo de tratamento com Dupilumabe variou de 1 a 55 meses (média: 21,5 meses). 25 dos 40 pacientes já passaram pela reavaliação semestral e foram considerados respondedores ao tratamento. A pontuação inicial média do SCORAD foi de 70,7 e após 6 meses de 21,1 pontos, enquanto que a inicial do DLQI foi de 23,3 e após 6 meses de 5,6 pontos. Todos ficaram aptos a fazer aplicação domiciliar do medicamento.
Conclusões: Existem necessidades não atendidas no tratamento dos pacientes com DA grave no SUS. O Dupilumabe mostrou-se efetivo na redução do escore de gravidade da DA e na melhora da qualidade de vida dos pacientes. A parceria entre Centros de Referência e a Assistência Farmacêutica pode proporcionar um melhor cuidado ao paciente com DA grave no SUS.
Área
Dermatite atópica e de contato
Autores
Faradiba Sarquis Serpa, Fernanda Lugão Campinhos, Michelly Sansão Filetti, Alexandre Frinhani Cunha, Laila Kuster Baldan Gonçalves, Monica Mesquita, Rubia Karine Guarnier Pereira, Vinicius Raphael Almeida Borges