Dados do Trabalho

Título

Teste de provocação oral (TPO) em baixa dose para alimentos: um procedimento promissor na prática clínica

Resumo

Introdução: Alergia alimentar tem muitas formas clínicas, algumas delas com desencadeamento de sintomas com doses muito baixas do alérgeno. Neste contexto, os TPOs em baixa dose podem contribuir para avaliar a gravidade e melhorar a qualidade de vida em pacientes alérgicos. O objetivo do trabalho foi descrever os desfechos do TPOs em baixa dose para pacientes com alergia alimentar grave.

Métodos: Foram incluídos pacientes com história de anafilaxia prévia e/ou IgEs específicas elevadas. Os testes tiveram como dose alvo final a oferta de 500 mg de proteína (dose cumulativa) iniciando-se com 1-2 mg de proteína do alérgeno, com aumento progressivo, em intervalos de 15-20 minutos. O procedimento foi realizado em hospital dia sob supervisão médica.

Resultados: Foram incluídos 7 pacientes (5M) com mediana de idade de 10 anos (variação 5-14 anos), alérgicos a leite de vaca (4) e amendoim (3). Seis apresentavam episódios prévios de anafilaxia. O TPO em baixa dose foi positivo em quatro pacientes, três com manifestações imediatas em sistemas isolados (urticária, sibilos, vômitos) e um com anafilaxia, que também apresenta esofagite eosinofílica. O leite foi o alérgeno envolvido em 3 testes positivos e o amendoim em um. A dose mínima acumulada para reagir à provocação com leite foi de 7 mg (equivalente a 0,2ml de leite puro) com mediana de 15 mg. Para amendoim a reação ocorreu após a ingestão acumulada de 31,5 mg de proteína (aprox. 1/10 de amendoim). As IgEs específicas variaram entre 52-100UA/ml (mediana 60,6 UA/ml) para leite e 10,3-100 UA/ml (mediana 13,1 UA/ml) para amendoim.

Conclusão: O TPO em baixa dose pode reduzir o risco de reações alérgicas graves, permitiu determinar a dose da proteína alimentar tolerável para o paciente e no futuro pode ser utilizado para introduzir o consumo diário do alimento em baixas doses.