Dados do Trabalho

Título

EXPERIÊNCIA EM DESSENSIBILIZAÇÃO A MEDICAMENTOS DE UM SERVIÇO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA EM HOSPITAL TERCIÁRIO PEDIÁTRICO DE BRASÍLIA

Resumo

INTRODUÇÃO: A dessensibilização a medicamentos é definida como a indução de estado temporário de tolerância a um fármaco responsável pela reação de hipersensibilidade. O procedimento é realizado com a administração de doses crescentes do medicamento envolvido até que a dose terapêutica seja atingida e tolerada. Está indicada em reações mediadas ou não por IgE, sendo contraindicada nos pacientes com história clínica de reações graves como a síndrome de Stevens-Johnson ou necrólise epidérmica tóxica. MÉTODOS: Análise retrospectiva dos prontuários de pacientes assistidos em um hospital terciário no período de julho de 2018 a julho de 2024, com análise das classes de medicamentos, classificação das reações de hipersensibilidade apresentadas e descrição das reações ocorridas no processo de dessensibilização. RESULTADOS: Foram incluídas 43 dessensibilizações referentes a nove pacientes, sendo cinco do sexo feminino e quatro do masculino com idade entre quatro e 17 anos. Foi utilizada pré- medicação com corticoide, antileucotrieno e anti-histamínico na maioria dos casos. A principal classe de medicamentos foi a quimioterápicos, com 19 (48,83%) dessensibilizações, com destaque a pegaspargase; 12 (27,9%) para antibiótico (penicilina); 12 para anticorpos monoclonais: sete a infliximabe (16,27%) e cinco a rituximabe (11,62%). Foram observadas reações em 15 dessensibilizações (34,88%), sendo dois (13,3%) casos caracterizados como anafilaxia (com reação nos passos 7 e 16 dos procedimentos). Em apenas uma dessensibilização não foi possível atingir a dose alvo. CONCLUSÕES: A dessensibilização a medicamentos é uma ferramenta que possibilita a realização do tratamento de escolha para o paciente, ainda que tenha apresentado reação de hipersensibilidade, como demonstrado em nossa série de casos. A atuação do especialista em alergia e imunologia possibilita que a medicação de primeira linha para a doença seja utilizada com boa segurança e garantindo melhor prognóstico.