Dados do Trabalho


Título

Aplicação do escore de gravidade de Ameratunga em pacientes com Imunodeficiência Comum Variável (IDCV) em um centro de referência

Resumo

Introdução: A IDCV é um erro inato da imunidade (EII) heterogêneo caracterizado por hipogamaglobulinemia e defeito proeminente nas células T. Alguns pacientes podem evoluir com fenótipo mais grave associado a infecções oportunistas - imunodeficiência combinada de início tardio (LOCID). A identificação deste grupo de maior gravidade é essencial para o melhor acompanhamento e determinação do prognóstico. O objetivo do estudo foi aplicar um escore de gravidade de Ameratunga para IDCV (EGAI) baseado nos danos cumulativos em órgãos e sistemas causados por infecções, autoimunidade e inflamação associados a este EII.
Métodos: Foi feita análise retrospectiva dos prontuários eletrônicos de pacientes com IDCV de um serviço de referência em imunologia e aplicado o EGAI. Nesta avaliação é realizada a somatória da pontuação de acordo com a gravidade das complicações de cada órgão e sistema, classificadas em leve =1 ponto (sem morbidade a longo prazo), moderada = 5 pontos (morbidade a curto e longo prazo) e grave = 10 pontos (fatais ou com potencial para causar deficiência grave).
Resultados: Foram avaliados 57 pacientes (51% feminino), com mediana de idade de 41,5 anos. O pulmão foi o órgão mais comprometido (70,2%), seguido pelo trato gastrointestinal (22,8%) e sistema musculoesquelético (19,3%). As manifestações mais frequentes foram as bronquiectasias (47,3%), asma (36,8%), artralgia, mialgia e osteopenias (15,8%), rinossinusite crônica (10,5%), citopenias leve (10,5%) e tireoidite autoimune (10,5%). A pontuação total na população analisada variou de 0 a 47, com mediana de 10 pontos. 73,7% apresentavam pelo menos 1 complicação leve, 22,8% moderada e 33,3% grave. Dentre os 13 pacientes (22,8%) que ficaram no 4º quartil (pontuação entre 20-47), 7(53,8%) apresentaram linfopenia de CD4 durante a evolução.
Conclusões: O EGAI pode ser um instrumento útil para acompanhar a evolução de cada paciente com IDCV, assim como prognóstico e risco de mortalidade.

Área

Imunodeficiências

Autores

PAULA POZZOLO OGEDA, Rafaela Rola Leite Guimarães, Luiza Schmid, Camila Mendonça Lopes, Leonardo Mendes da Silva, Silvia Naomi Eto, Ivanilton Souza Reis, Stephanie Tiosso Fontes Monteiro, Carolina Sanchez Aranda Lago, Dirceu Solé