Dados do Trabalho

Título

Registro Brasileiro de Anafilaxia – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (RBA-ASBAI): orientações à alta de pacientes registrados

Resumo

Introdução: A anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade sistêmica grave, potencialmente fatal. O seu impacto vem crescendo nos últimos anos, entretanto existem poucos dados sobre sua epidemiologia no nosso meio. O objetivo deste estudo foi avaliar os principais achados relacionados ao aconselhamento dos pacientes após as reações anafiláticas, cujos dados foram inseridos no RBA-SBAI até maio/24.
Métodos: O RBA-SBAI é um registro nacional de anafilaxia obtido pelo preenchimento de um questionário online por seus médicos atendentes. Esse questionário contém dados demográficos, desencadeantes suspeitos, manifestações clínicas, atendimento prestado durante a reação anafilática, investigação diagnóstica e aconselhamento após a reação. O estudo teve aprovação do CEP do Instituto Pensi (Nº5.145.239). A análise estatística foi realizada através do Jamovi® (Versão 2.3).
Resultados: Foram avaliados os dados de 318 pacientes, com predominância do sexo feminino (163; 51,3%). A mediana de idade do grupo geral foi 27 anos e a média 29,3 ± 20,2 anos. Quase a metade da amostra já havia sido referenciada ao especialista (47,8%) ou foi encaminhada neste episódio (45,9%). O autoinjetor de adrenalina (AIA) foi prescrito a 65,4% dos pacientes. Quanto ao aconselhamento, observou-se que: a maioria foi ensinada a usar o AIA (68,6%); foi instruída sobre o desencadeante (95,3%); sobre a prevenção (95,9%) e sobre a conduta após a reação (95,9%). A maior parte recebeu plano escrito de emergência (80,2%), porém a minoria recebeu identificação (bracelete/medalha) de anafilaxia (33%). Quanto à imunoterapia, 39,6% receberam aconselhamento para realizá-la.
Conclusões: O uso do AIA foi estimulado por sua prescrição e orientações sobre seu uso. O aconselhamento quanto à prevenção e ao tratamento em caso de nova reação foi feito na maior parte dos casos, entretanto a identificação do paciente com risco por bracelete ou medalha de sinalização ainda é pouco utilizada.