Dados do Trabalho

Título

Urticária crônica induzida pelo frio: série de casos.

Resumo

INTRODUÇÃO:
A urticária crônica induzida pelo frio (UCIndF) é rara, com incidência estimada em 0,05% da população. Relatamos cinco casos de UCIndF acompanhados em serviço de referência desde janeiro de 2018.
RELATO DOS CASOS:
Caso 1: Mulher, 68 anos, com urticas coalescentes, pruriginosas e difusas minutos após banho frio, sessões de hidroginástica e exposição a ambientes com refrigeração. Teste do cubo de gelo positivo e teste para urticária aquagênica, negativo. Em seguimento regular há dois anos, tem controle parcial com anti-histamínico (AH) em dose quadruplicada. Caso 2: Mulher, 45 anos, apresentou urticas, prurido e angioedema labial e palpebral após exposição ao frio, evitando alimentos gelados por esse motivo. Teste do cubo de gelo e dermografismo positivos. Em acompanhamento há cinco anos, em uso de AH dose quadruplicada sem controle, aguarda omalizumabe. Caso 3: Mulher, 71 anos, há 2 anos com urticas e angioedema labial quando exposta ao frio, controle de sintomas com AH em dose habitual. Caso 4: Mulher com urticas difusas quando exposta a temperaturas frias desde os 29 anos. Teste do cubo de gelo positivo, em investigação para urticária colinérgica e pressão tardia. Com dois anos de evolução, obteve controle de doença com AH dose habitual. Caso 5: Mulher, 50 anos, há 15 anos quadro de urticária crônica espontânea, com desenvolvimento UCIndF após 10 anos (prurido em língua com alimentos refrigerados, urticas e angioedema em face quando exposta ao frio). Teste do cubo de gelo positivo. Em seguimento há 6 anos, apresentou controle do quadro após início de omalizumabe em associação com AH.
CONCLUSÃO: A UCIndF é uma forma incomum de urticária induzida, descrita principalmente em países europeus e com dados escassos no Brasil. Apresenta heterogeneidade clínica e confirmação do desencadeante é importante para o tratamento e orientação dos pacientes, principalmente pela possibilidade de reação sistêmica grave.