Dados do Trabalho

Título

Avaliação de segurança e seguimento dos pacientes com alergia ao ovo após vacinação contra Febre Amarela

Resumo

Introdução: A febre amarela (FA) é uma arbovirose que acomete grande parte do território brasileiro e a vacina é a principal medida de proteção. É constituída de vírus vivo atenuado e cultivada em ovos de embrião de galinha, logo resíduos de ovoalbumina podem existir no produto final e ter relação com reações adversas em pessoas com alergia ao ovo (AO). A vacinação segura nestes pacientes é possível, desde que uma avaliação individualizada seja realizada. Este estudo descreve a população com AO e avalia o desfecho após aplicação da vacina FA (VFA). Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo com análise de prontuário em população com AO, no período de 01/2017 a 07/2024, que recebeu a VFA com fracionamento de doses em serviço de alergia e avaliação do desfecho por contato telefônico. Resultados: Foram avaliados 32 pacientes com história de AO. Destes, 23 tinham AO IgE mediada, sendo 14 com anafilaxia. Um teve prick test positivo e todos os outros tiveram teste intradérmico (ID) positivo, sendo realizada a 1ª dose (D1) da VFA fracionada. Dois pacientes tiveram urticária localizada após a vacinação e 1 teve urticária generalizada após a realização do ID. Nove pacientes com AO IgE mediada não anafiláticos realizaram a VFA sob supervisão sem intercorrências. Dos 32 pacientes, 9 com história de reações leves receberam a VFA supervisionada sem intercorrências. Posteriormente, foi possível contatar 23 pacientes que não relataram reações adversas tardias (até o 10º dia). Cinco pacientes receberam a 2ª dose (D2) da VFA no período programado sem reações adversas, porém 4 estão com a D2 em atraso. Conclusão: O estudo demonstrou a segurança da VFA em pacientes com AO após avaliação individualizada. O prick test apresentou baixa sensibilidade na estratificação de risco para a vacinação dessa população e o ID mostrou-se útil na identificação de pacientes de maior risco. O seguimento desta população é fundamental para identificar a segurança da vacina em doses subsequentes.