Dados do Trabalho

Título

Alergia Alimentar em Dermatite Atópica: diagnóstico por exposição duplo cega controlada por placebo

Resumo

Introdução: A Dermatite Atópica (DA) e a Alergia Alimentar podem coexistir em um paciente. Além das reações mediadas por IgE, sabe-se que alimentos como leite e ovo podem ser gatilho para piora do eczema em crianças sensibilizadas, principalmente no início da vida. Estudos Clínicos revelaram que mais de 50% das crianças com DA exacerbada por alimentos irão apresentar piora do eczema sozinho ou associado com sintomas imediatos. Apesar de levarmos em conta a história clínica e o grau de sensibilização, devemos confirmar o diagnóstico com testes de provocação oral.
Relato de Caso: S.A.M, 8 anos, sexo feminino, parda, natural e procedente de São Paulo. Antecedente pessoal de DA, Alergia Alimentar a Ovo e Rinite Alérgica. Com 1 ano de idade ingeriu ovo in natura e apresentou, após 15 minutos, urticas no corpo. Realizado prick teste, na época, para ovo positivo e o alimento foi suspenso da dieta. Trazia queixa de que, há um ano, apresentava piora do eczema após ingestão de alimentos contendo ovo termicamente tratado. Apresentava, IgE total > 2.000, IgEs específicas (CLIA)para Clara de Ovo= 66, Gema= 3,3, Ovoalbumina= 2,6 e Ovomucoide= 2,9. Realizado TPO duplo cego para Ovo processado (uma semana ingerindo bolo verum e outra, placebo), com resultado negativo (SCORAD inalterado de 13).
Discussão: A piora do eczema por alimentos na DA não deve ser negligenciada por Alergistas. Entretanto, restrições alimentares equivocadas levam à desnutrição e fatores psicológicos estressantes. O teste de provocação oral seguido de exposição por uma semana se mostrou útil para elucidar o diagnóstico e estabelecer uma dieta menos restritiva, com menor prejuízo nutricional e de qualidade de vida.