Dados do Trabalho

Título

Angioedema mastocitário refratário a tratamento com anti-histamínicos e responsivo a omalizumabe: um relato de caso

Resumo

Introdução: O angioedema (AE) pode ser classificado, de acordo com o mecanismo, em AE por bradicinina (AE-BK), AE mediado pelo endotélio vascular (AE-EV), AE por drogas e AE mastocitário (AE-Mast), além do AE por causa desconhecida (AE-UNK). O AE-Mast é considerado responsivo ao tratamento com anti-histamínicos (Anti-H1).

Relato de caso: Uma paciente de 21 anos de idade, com história de AE recorrente, eritematoso, sem urticas e de remissão em menos de 48 horas desde os 12 anos de idade, com acometimento de diferentes partes do corpo. Inicialmente, apresentava-se em intervalos de vários meses, porém evoluindo com aumento progressivo dos episódios, com ocorrência quase diária nos últimos meses. A história familiar é negativa e C4 normal. A paciente mostrou-se refratária ao uso contínuo de loratadina em dose quadruplicada, sendo associado ao tratamento, o omalizumabe 300 mg a cada 4 semanas. Logo após a primeira dose, apresentou um único episódio de AE, de curta duração, mantendo-se assintomática pelos demais 9 meses consecutivos de uso do omalizumabe. Por falta de fornecimento, o tratamento com o omalizumabe foi descontinuado e pouco tempo após, houve recidiva do AE, com crises frequentes e novamente refratárias aos anti-H1 na dose quadruplicada.

Discussão: O diagnóstico do AE-Mast é baseado, pela maioria das diretrizes, na resposta aos anti-H1. Porém, abordagens mais recentes incluem a resposta ao omalizumabe como um critério diagnostico adicional. Este caso relatado reforça a importância da necessidade de avaliar a resposta tanto aos anti-H1 quanto ao omalizumabe, antes de sugerir o diagnóstico de AE-UNK e também o uso do omalizumabe como uma eficaz alternativa de tratamento para o AE-Mast.