Dados do Trabalho


Título

Exacerbação em asma, ainda um desafio: Infecções como a principal causa de exacerbação de asma em serviço terciário

Resumo

Introdução: As exacerbações da asma se caracterizam por aumento progressivo dos sintomas e diminuição progressiva da função pulmonar. Dentre os principais gatilhos da exacerbação estão as infecções virais. Estando a asma sujeita a exacerbações periódicas em resposta a uma variedade de fatores, sempre que possível, o ideal seria previsão e prevenção de exacerbações em indivíduos em risco. O objetivo do estudo foi avaliar a frequência de exacerbações e estabelecer o perfil dos pacientes exacerbadores. Métodos: Análise de prontuário eletrônico de pacientes com asma em acompanhamento num serviço terciário entre 2023 e 2024. Foram avaliados os dados demográficos, controle clínico da doença, as comorbidades, VEF1, IgE total e atopia. Os pacientes foram classificados conforme a história de exacerbação. Resultados: Foram incluídos 111 pacientes com asma, sendo 79,3% mulheres, com média de idade 50,6 anos e tempo de doença de 34 anos. A atopia foi confirmada em 89,7%, a média de IgE total era de 652,9 UI/mL, eosinófilos séricos de 309,9 cel/μL e 49,5% estavam no step 5 do tratamento da asma. Do total, 30 pacientes (28%) apresentaram pelo menos uma exacerbação no último ano, 46,6% por causa infecciosa, 3,3% não infecciosa e 40% não foi possível determinar a etiologia. Apenas 7 pacientes (23%) se diziam vacinados. Os exacerbadores apresentavam um pior controle da asma (ACT 18,8 x 22,5; p<0,001). Não foi encontrada diferença significativa entre os exacerbadores e não exacerbadores em relação aos dados demográficos, atopia, IgE total, VEF1 e frequência de comorbidades (DPOC, obesidade, DREA e DRGE. Conclusão: No nosso estudo, 30% dos pacientes exacerbaram, sendo infecção a causa preponderante. O grupo exacerbador se mostrou similar ao não exacerbador, na maioria das variáveis analisadas. Entretanto, o grupo exacerbador apresentava um pior controle da asma. Estes dados sugerem que o bom controle da asma e a vacinação possam reduzir a frequência de exacerbação da asma.

Área

Asma e lactente sibilante

Autores

Igor Rafael Guedes Pereira Brandão, Adriana Pereira Melo, Jorge Kalil, Pedro Giavina-Bianchi, Rosana Câmara Agondi