Dados do Trabalho
Título
PREVALÊNCIA DE DOENÇA CUTÂNEA EXACERBADA POR ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (DCEA) EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA E EXCELÊNCIA EM URTICÁRIA (UCARE): UM ESTUDO PILOTO.
Resumo
Introdução: A DCEA é uma condição na qual pacientes com urticária crônica espontânea (UCE) exacerbam do quadro cutâneo após uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Cerca de 12-30% dos pacientes com UCE possuem esse fenótipo, geralmente causado por inibidores fortes da COX-1. Este estudo piloto objetiva identificar a prevalência de hipersensibilidade a AINEs em pacientes com Urticária Crônica (UC).
Método: Estudo transversal prospectivo com questionário aplicado a pacientes adultos com UC, de agosto de 2023 a janeiro de 2024, em um UCARE. Foram avaliados dados demográficos, tempo de doença, comorbidades, tratamento atual para UC, auto-relato de exacerbação com AINEs e teste de provocação (TP) com AAS após assinatura de TCLE específico. Pacientes em uso de biológico responderam o questionário, porém não realizaram TP.
Resultados: Foram incluídos 76 pacientes, sendo 67 (88%) mulheres. 28 (37%) realizaram TP com AAS; 11 confirmaram DCEA (10 mulheres, 1 homem), representando 39% da amostra total. Desses, 8 (73%) exacerbaram com AINEs e 3 (27%) negavam. Sete pacientes não usavam anti-histamínicos, 24 estavam em dose única diária, 17 em dose duplicada e 28 em dose quadruplicada. A idade média da amostra foi de 53 anos. 38 (50%) pacientes com sintomas há mais de 10 anos, e 28 até 10 anos. 30 apresentavam atopia (22 rinite alérgica, 5 asma e 3 dermatite atópica). 19 tinham autoimunidade (7 hipotireoidismo, 5 artrite reumatoide, 4 sindrome de Sjögren, 2 lúpus eritematoso sistêmico e 1 hipertireoidismo). 40 tinham UC Induzida (28 dermografismo, 11 pressão tardia e 1 colinérgica).
Conclusões: A DCEA é subdiagnosticada e afeta a qualidade de vida dos pacientes pelo receio de usar AINEs ao não conhecerem se apresentam este fenótipo. O TP é essencial para confirmar o diagnóstico e desrotular os pacientes, mesmo com DCEA não diagnosticada. Mais estudos são necessários para determinar a prevalência e incidência deste fenótipo no Brasil.
Área
Urticária e angioedema
Autores
Kelielson Cardoso de Macêdo Cruz, Ana Paula de Brito Silva, Daniela de Abreu e Silva Martinez, Isaac Teodoro Souza e Silva, Renato Monteiro de Almeida Magalhães, Guilherme Gomes Azizi , Sérgio Duarte Dortas-Junior, Solange Oliveira Rodrigues Valle