Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE AIDS DIAGNOSTICADOS NA POPULAÇÃO ACIMA DE 50 ANOS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

Resumo

Introdução: O crescente número de casos da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) diagnosticados em indivíduos acima de 50 anos tem suscitado preocupações em saúde pública, evidenciando a necessidade de um exame mais detalhado deste fenômeno. Este estudo visa discutir o perfil epidemiológico dos casos de AIDS diagnosticados na população acima de 50 anos no Brasil. Metodologia: Estudo epidemiológico, foram coletados os casos de AIDS notificados no SINAN, segundo ano de diagnóstico, sexo e faixa etária 50 anos ou mais, no período de 2012 a 2022 e feito uma estatística descritiva dos resultados. Resultados: Foram notificados 80.113 casos, sendo 62% em homens. Em 2020, houve uma queda de 17% no número de diagnósticos em relação a 2019 e em 2022 houve um aumento de 14% em relação a 2021. O sexo masculino predominou em todos os anos, com uma média anual de 4.561 casos, enquanto o feminino apresentou uma média de 2.721 casos. Em 2022, foram registrados os maiores números de casos tanto em homens (4.754) quanto em mulheres (2.884), enquanto os menores ocorreram em 2020, com 3.937 casos masculinos e 2.256 femininos. Em geral, observou-se uma tendência de aumento gradual no número de diagnósticos, exceto por uma queda em 2020. De 2016 a 2022, foram notificados os casos de AIDS de acordo com a orientação sexual dos indivíduos de 50 anos ou mais, no sexo masculino, aproximadamente 14% da população diagnosticada era homossexual, já no feminino apenas 1,4%. A maior parte das mulheres (>80%) era heterossexual, enquanto os homens 52%. Comparando os anos, não houve diferença significativa em relação à orientação sexual dos pacientes. Conclusão: A análise revela um aumento contínuo nos casos de AIDS entre indivíduos acima de 50 anos, com uma predominância consistente de homens. Estes resultados destacam a necessidade de aprimorar estratégias de detecção e prevenção, especialmente para a população masculina, que continua a ser mais afetada.