Dados do Trabalho

Título

Food-Induced Immediate Response of the Esophagus (FIRE) antecedendo o diagnóstico de Esofagite eosinofílica em um adolescente: Relato de Caso

Resumo

Introdução:

FIRE é um fenômeno recentemente descrito em pacientes com esofagite eosinofílica (EEo). Suspeita-se quando sintomas desagradáveis ocorrem repentinamente após o contato do alimento desencadeante com a superfície esofágica, recorrendo com exposições repetidas. Relatamos um caso clínico de FIRE em um adolescente de 16 anos que antecedeu e chamou atenção para que fosse feito o diagnóstico de EEo.

Relato de caso:

Adolescente de 16 anos foi admitido para avaliação de provável alergia alimentar. O paciente relata que, há cerca de um ano, apresenta sintomas de dor e desconforto retroesternal cerca de 5 minutos após a ingestão de nozes, ervilha, crustáceos, ovo, grão de bico e açaí. Nega outros sintomas associados como urticária, angioedema ou formigamento, hiperemia e coceira na região orofaríngea. Relata que os sintomas duram em média de 30 a 60 minutos e que foram reprodutíveis com os mesmos alimentos, sendo os piores sintomas associados aos crustáceos e açaí. Paciente relata sintomas de comportamento adaptativo, como beber água durante as refeições, para aliviar episódios de disfagia a alimentos sólidos e alguns episódios de engasgos. Solicitada EDA que evidenciou extenso infiltrado eosinofílico com > 100 eosinófilos/campo em todas as porções esofágicas e presença de micro-abscessos esofágicos. IgEs positivas para: noz, castanhas, crustáceos, ovo, grão de bico e ervilha. Com os sintomas e o resultado da EDA foi feito diagnóstico de FIRE e EEo.

Discussão:

FIRE parece estar associado a características basais distintas da EEo subjacente, em particular uma idade mais jovem no início dos sintomas e no diagnóstico, uma alta incidência de doença atópica como comorbidade e uma alta prevalência em homens com impactação prévia do bolo alimentar que requer remoção endoscópica. É necessário realizar mais estudos para elucidar a doença, mas é crucial reconhecê-la para orientar e tratar os pacientes da melhor maneira possível.