Dados do Trabalho

Título

Alergia alimentar a frutas e o desenvolvimento de tolerância em crianças atendidas no ambulatório de teste de provocação oral (TPO) de hospital pediátrico terciário

Resumo

Introdução: A prevalência da alergia alimentar (AA) está aumentando mundialmente e afeta até 10% das crianças nos países desenvolvidos. A alergia a frutas (AF) se caracteriza pela reação anômala ao consumo de determinado fruto; ocupam o 5º lugar entre as crianças de 0 a 3 anos, o 1º lugar entre as de 4 a 6 anos e o 2º lugar entre as de 7 a 19 anos, mostrando que são uma causa importante de alergia alimentar. Metodologia: Estudo retrospectivo, analítico descritivo realizado mediante revisão de prontuários de crianças e adolescentes da faixa etária de 0 a 18 anos, atendidos no Ambulatório de Teste de Provocação Oral de um hospital pediátrico terciário com diagnóstico de alergia a frutas, pesquisa aprovada - CAAE 28873020.0000.5553. Resultados: O estudo avaliou 82 casos de alergia a frutas. Observou-se a aquisição de tolerância oral em 66 casos (80,5%). A Média de idade de aquisição de tolerância a frutas: 60 meses (5 anos); 47 meses foi o tempo médio entre o diagnóstico de AF e a aquisição de tolerância ao alimento, 50% dos pacientes consumiram a fruta após TPO negativo. O tempo médio transcorrido entre o diagnóstico de AF até a evolução para tolerância do alimento foi significativamente associado à banana – mediana de 19 meses versus 43 meses para outra fruta (p=0,016), ao sintoma FPIES – mediana de 18 meses versus 40 meses para outros sintomas(p=0,045) e ao consumo domiciliar sem supervisão médica – mediana de 30 meses versus a 42 meses nos pacientes que realizaram TPO supervisionado (p=0,039). Conclusão: Por tratar-se de um estudo de caráter retrospectivo que abrangeu o período da pandemia (iniciada em março de 2020) os atrasos, cancelamentos e remarcações dos TPO’s, podem ter contribuído para o aumento da idade média na qual foi constatada a tolerância a fruta nos pacientes submetidos a este procedimento. A literatura ainda é escassa sobre tolerância natural a alergia a frutas. São necessários mais estudos sobre o tema, ressaltando a relevância deste assunto.