Dados do Trabalho

Título

Título: Relato de caso de dermatite atópica escrito por humanos, IA ou ambos. Quem é o autor e qual foi o preferido?

Resumo

Introdução: A inteligência artificial (IA) tem potencial para melhorar a qualidade e a eficiência da análise e publicação de dados. Para avaliar o valor do uso de IA no mundo real, propusemos um estudo visando 2 objetivos: 1) se indivíduos em diferentes estágios de suas carreiras médicas conseguem diferenciar a autoria de 3 versões de um mesmo relato de caso: uma produzido pelo Chat-GTP, outro, por humanos e um terceiro, combinando IA + humanos; 2) qual foi o preferido?

Métodos: elaboramos 3 versões de um relato de caso de dermatite atópica: por IA, por humanos ou por ambos. Enviamos esses textos de forma cega, por e-mail, para 20 estudantes de medicina, 20 residentes de Alergia ou Dermatologia e 20 especialistas nas mesmas áreas, juntamente com 2 questionários online. Um sobre o uso da IA na redação médica em geral e o segundo para avaliar 13 critérios de qualidade das 3 versões (1 a 5); quem foi o autor dos texto; e qual a preferência.

Resultados:
48/60 (80%) indivíduos concordaram em participar da pesquisa. Foram 48 acertos em 144 tentativas (33,3%). No total, os estudantes acertaram apenas 19,6% (10/51) das respostas, contra 27,7% (9/36), dos residentes e 50,9% (29/57), dos especialistas (p<0,001). Utilizando 3 critérios diferentes para avaliar as preferências, a versão IA ficou em primeiro lugar, IA + humanos em segundo, e humanos, terceiro (p<0,001).

Conclusão: a IA pode facilmente enganar os humanos, a menos que tenha experiência na área. Os especialistas tiveram resultados significativamente melhores na identificação da contribuição humana nas três versões do que os residentes e os estudantes de medicina. O estudo demonstrou que a IA se adapta bem ao gosto humano e quanto menor o conhecimento sobre um assunto, maior é a aceitação à IA, o que pode ser um problema caso o conteúdo não seja supervisionado.